terça-feira, 1 de junho de 2010

O grande dia!...

No dia 27 de Abril de 2004, perdi o meu "velho companheiro"...
Recordo-me... no momento da preparação para a cirurgia, eram cerca de 7 horas da manhã, a enfermeira veio ter comigo, pedindo-me que prendesse o cabelo em trança para o lado direito. Nesse acto, sozinha, olhei-me uma ultima vez ao espelho, toquei o meu rosto, sorri, e despedi-me dele, das suas formas, com a expectativa de que nunca voltaria a olhá-lo igual.
Preparei-me de forma serena, tinha de assim ser, sentia que tudo correria bem....
Eram 9 horas quando a Dtra Catarina chegou até mim, e me levaram para o Bloco, sempre calma, aí, deixei-me adormecer sem medo, com um leve sorriso...

Sei que a cirurgia foi longa, até por volta da 18 horas, embora tenha despertado apenas no dia seguinte de manhã. Esse momento não foi fácil...
Acordei na U. Cuidados Intensivos, muito assustada, sentia-me presa no meu próprio corpo e ao mesmo tempo parecia-me estar tudo tão igual!
O pânico era tal, e talvez ainda com o efeito da anestesia, que começei a disparatar com a enfermeira ali presente, e apenas me acalmei na presença da "minha" Dtra.

Estava estável, e como tal poucas horas depois fui encaminhada para a U. Cuidados Intermédios, onde poderia receber a visita apenas de pais e marido.

As noticias eram boas! O tumor de grau IV, que pelas palavras da Dtra. teria o tamanho de uma "bola de golfe" teria sido removido na totalidade, no entanto, tendo em conta as dimensões e a localização complicada do mesmo, seria impossivel preservar o nervo auditivo, o nervo optico tambem seria afectado bem como os nervos faciais, embora preservados ao máximo. Ao longo de 7 dias, fui recuperando lentamente, iniciei fisioterapia, mas o que mais precisava não estava ali... o meu filho, o meu bébé, precisava do colo dele!
Recordo-me da unica vez que o levaram até mim, passados 4 dias da cirurgia, tinha ele cerca de 18 meses, eu apertadinha de saudades mas não podia pegar nele, ele olhou-me receoso, desconfiado, sentiu elgo estranho em mim, pois já não era a mesma mamã. Fiquei triste...

Estava a progredir tão bem, que tive alta passados os 7 dias.
Necessitando de apoio permanente, tive de ficar em casa dos meus pais, e com o meu filho.
5 dias depois, aconteceu o inesperado!...

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